"Senhor, tua Palavra é luz no meu caminho e lâmpada para os meus pés! Creio que por meio da tua Palavra o Universo se formou; Creio que por meio da Tua Palavra a terra se firmou; Creio que Tua Palavra, o Verbo Eterno, se encarnou em nosso meio: Jesus, és a Palavra Viva de Deus Pai, Palavra que permanece viva em nosso meio, e continua a ser inspirada e renovada pelo Santo Espírito. Tudo pode passar, as ervas podem secar, as folhas podem cair, o céu e a terra passar, mas, tua Palavra meu Deus, jamais passará. E enquanto eu viver quero emprestar minha voz a Ti para que continueis falando ao coração dos homens e mulheres deste tempo! Fala-me Senhor, fala em mim Senhor, fala por mim Senhor!"

domingo, 14 de março de 2010

Estudo sobre a Didaché - Parte V: Perseverar até o fim (Cap. 16)



D.    Quarta Parte: Perseverar até o Fim.
(Capítulo 16)


A quarta e última parte da Didaché traz um tom escatológico em seu conteúdo: Os cristãos vivem continuamente a espera da manifestação plena de Jesus e seu projeto, o que se realizará no fim de toda a História, conforme professamos, é a “vida do mundo que há de vir”. Porém, é preciso a consciência de que é no momento presente que esse “final” vai pouco a pouco sendo construído. Os primeiros cristãos encontraram na espera a perseverança de um dia poder contemplar o Grande Dia em que todas as coisas serão reunidas em Jesus no mundo futuro.

16,1Vigiem sobre a vida de vocês. Não deixem que suas lâmpadas se apaguem, nem soltem o cinto dos rins, Fiquem preparados, porque vocês não sabem a que hora o Senhor nosso vai chegar. 2Reúnam-se com freqüência para procurar o que convém a vocês. Porque de nada lhes servirá todo o tempo que vocês viveram a fé, se no último momento vocês não estiverem perfeitos. 3De fato, nos últimos dias, os falsos profetas e os corruptores se multiplicarão, as ovelhas se transformarão em lobos e o amor se transformará em ódio. 4Crescendo a injustiça, os homens se odiarão, se perseguirão e se trairão mutuamente. Então aparecerá o sedutor do mundo, como se fosse o Filho de Deus, e fará sinais e prodígios. A terra será entregue em suas mãos e cometerá crimes como jamais foram cometidos desde o começo do mundo. 5Então toda criatura humana passará pela prova de fogo, e muitos ficarão escandalizados e perecerão. Contudo, aqueles que permanecerem firmes na fé serão salvos por aquele que os outros amaldiçoam. 6Então aparecerão os sinais da verdade. Primeiro, o sinal da abertura no céu; depois, o sinal do toque da trombeta e, em terceiro lugar, a ressurreição dos mortos. 7Ressurreição sim, mas não de todos, conforme foi dito: "O Senhor virá, e todos os santos estarão com ele". 8Então o mundo verá o Senhor vindo sobre as nuvens do céu”. (Didaché 16,1-8). (Cf. Mt 7,15. 24,10-13.24.30-31.41-44. 25,13. 26,64; Lc 13,35; I Cor 15,52; I Ts 4,16; II Ts 2,4-9);

A comunidade dos primeiros cristãos tem o seguinte entendimento: Quando Jesus voltar, Ele vai chegar bem no momento em que a comunidade estiver colocando em prática o seu projeto. Por isso se faz tão necessária à vigilância, que se dá, sobretudo nos momentos em que a comunidade se reúne na fé e na esperança para discernir como irá realizar o projeto do Salvador, respondendo aos problemas e desafios do ambiente em que ela vive.
É certo, que desde aquele tempo, as comunidades cristãs vivem na história em constante prova de fogo, porque enfrentam na caminhados muitos projetos contrários ao projeto de Jesus. É neste momento que se identifica quem faz valer o seu testemunho cristão, pois é no meio de conflitos e lutas que o testemunho do cristão deve brilhar, enquanto a comunidade segue discernindo para fazer a coisa certa no momento certo (Cf. Mt 5,14-16)
Através do testemunho cristão também que vão aparecendo os sinais da verdade. O significado da abertura no céu permite que os cristãos compreendam o que acontece na história, porque são capazes de enxergar com os olhos de Deus. Compreende-se assim que o julgamento, simbolizado pelo toque da trombeta se realiza através do testemunho, e aquele que testemunhar até o fim ressuscitará como Jesus ressuscitou, pois a ressurreição é a coroa da glória reservada pelo próprio Cristo àqueles que com Ele se comprometem e com o seu projeto.
A comunidade cristã primitiva acreditava piamente que seria deste modo que Jesus apareceria vitorioso sobre as nuvens do céu, unindo à sua glória todo homem e mulher que testemunhando seu Evangelho fosse força de transformação no mundo. Quando Jesus despontar nos céus, e nós cremos nisto, o projeto do Pai estará plenamente realizado. Naquele dia feliz da Parusia haverá liberdade e vida para todos, através do exemplo da comunidade de fraternidade e partilha.
Daí a necessidade de ao lermos e estudarmos a Didaché, olharmos para a realidade da nossa comunidade e identificar os pontos que precisamos melhorar ou aperfeiçoar, para que esta escatologia já presente nas primeiras comunidades cristãs não seja algo distante de nós, mas se faça presente desde agora em nossas vidas e nas nossas comunidades, através do nosso testemunho fiel de que Jesus, o vencedor continua vivo e presente no meio de nós! Maranata, Vem Senhor Jesus!

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