Os três temas principais da liturgia deste domingo, 20.06.2010, o diálogo sobre o Messianismo de Jesus, a predição da Paixão de Jesus e o apelo ao seguimento da Cruz, formam uma unidade que vem nos mostrar que Jesus, o Messias, segue o caminho definido por Deus, caminho da libertação pela doação até o fim.
Nos dias de hoje a Igreja nos pede para assumirmos nossa condição de discípulo de Jesus e muitos de nós não conseguimos assimilar muito bem o que é ser um discípulo. Nesta reflexão litúrgica está a definição: “seguir o mesmo caminho do Mestre, assumindo a sua cruz, vivendo como ele viveu, morrendo como ele morreu e fazendo cada dia a experiência do mundo e de Deus que ele fez”.
A cruz do dia-a-dia é a nossa participação na Cruz do Calvário, da qual recebe todo o seu valor. Por tanto é importante ter claro que os sacrifícios da caminhada devem ser exercícios do amor de Cristo e não meramente um subterfúgio, uma fachada que venha dispensar qualquer chamado à conversão e nem mesmo um apego a privilégios.
O discípulo cristão deve aprender assumir a cruz com a mesma compaixão que Cristo assumiu, reconhecendo que a cruz mais pesada é a sua incapacidade de criar uma sociedade justa, onde todos tenham vez, porque numa sociedade cristã é inadmissível perpetuar e aprofundar o abismo que divide as pessoas.
A crucificação de Jesus marcou a chegada de um novo povo, o povo da Nova Aliança, onde todos são iguais para Deus, como filhos queridos e irmãos de Jesus, que assumem a missão de continuar o projeto que ele iniciou.
Vamos então dizer sim a proposta de Jesus que é a de assumirmos o projeto de igualdade e fraternidade, que exige doação e entrega cotidianas e passa necessariamente pela cruz, pois só assim nos tornaremos fiéis discípulos missionários e poderemos novos discípulos formar. Só quem se coloca a serviço poderá participar da vida igual à de Cristo, na comunidade dos irmãos.
Nádia Corradi
do informativo "Gotas da Palavra"
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