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segunda-feira, 2 de março de 2009

O Jejum que agrada a Deus!


O Tempo da Quaresma, nos motiva a uma série de práticas visando a nossa conversão, dentre elas: a oração, a penitencia e oração. No entanto, diante destas práticas e das propostas que acabamos por fazer neste tempo, devemos nos questionar: “Qual é o jejum que agrada a Deus?”.
O que será que mais importa: as práticas exteriores que nos propomos ou as mudanças espirituais e temporais que estas podem nos levar?
“Acaso o jejum que prefiro não é outro: - quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo tipo de sujeição? Não é repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos? Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne. Então, brilhará tua luz como aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá”. (Isaias 58,6-8).
Certamente, o jejum que agrada a Deus não é simplesmente a prática externa de se privar de refeições ou de algo que faz parte da nossa vida. Esta face do jejum é válida, sem dúvida, porém, perde seu valor e sentido, se ele não estiver unido à caridade para com o próximo, e também se ele não causar em nós mudanças profundas, como nos relatou o profeta Isaias acima.
O jejum, bem como a oração e a “esmola”, portanto, sem a caridade e sem a mudança de vida não tem sentido nenhum, pois eles “(...) exprimem a conversão com relação a si mesmo, a Deus e aos outros”. (Cf. CIC 1434).
Quem entende e vê o jejum desta maneira, agrada a Deus, pois tem uma alma penitente, “alma penitente” que se oferece e que agrada a Deus, ao invés de oferecer a Ele sacrifícios e holocaustos externos que não o levem à conversão e muito menos ao encontro de Deus (Cf. Sl 50(51) 18-19).
“Deus não despreza um coração arrependido” (Sl 50(51), 19b), coração que o agrada, reconhecendo o seu pecado, e não medindo esforços para que possa viver ele e os seus semelhantes em sua Presença, num jejum que não tem época e nem dias determinados, que caracteriza espera por Deus e esperança na Ressurreição e que se prolonga por toda a vida.

Texto escrito na Sexta Feira depois das Cinzas em 27.02.2009

Obs: Imagem retirada de http://apostoladobrasileiro.com/mass/content/view/572/231/

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