Quando o Povo de Israel sai do Egito, sente-se como um rebanho em meio a uma floresta ou outro local que se configura longe das pastagens, sente-se desolado, e é desta desolação que nasce a prece ao Senhor Deus que os tirou da escravidão do Egito, Ele que é o Pastor, Guia e Guarda de Israel. Deus conduz seu rebanho aos prados férteis, mostrando-lhe a sua benevolência e renovando sua Presença a cada dia em meio ao seu Povo. Ele se revela um Deus misericordioso que em todo tempo perdoa as culpas do seu povo (Cf. Mq 7,14-20).
A misericórdia de Deus se torna objeto de louvor na boca de seu povo, representada nas expressões dos Salmos e dos profetas: “Qual Deus existe, como tu, que apagas a iniquidade e esqueces o pecado daqueles que são restos de tua propriedade? Ele não guarda rancor para sempre, o que ama é a misericórdia. Voltará a compadecer-se de nós, esquecerá nossas iniquidades e lançará ao fundo do mar todos os nossos pecados”. (Mq 7,18-19). A grandeza e o poder de Deus são manifestados em sua misericórdia, sobretudo no perdão dos pecados.
Este “poder” é bem maior que o poder de afogar um exército inteiro no mar. Há em Deus o poder de aniquilar do coração do homem o seu maior inimigo, aquele que pode por a perdê-lo: o mal, o pecado. O abismo no qual pode ser afogado esse inimigo é o abismo da misericórdia do Pai: “Qual o Deus como tu... que se compraz em usar de misericórdia?” (Cf. Mq 7,18). De Deus e do abismo da sua misericórdia temos profunda necessidade.
Miquéias, na voz de Deus, quer suscitar no coração dos filhos de Israel dispersos pelas suas transgressões e pecados a confiança no Deus que os está reunindo, qual pastor reúne o seu rebanho, após o retorno do exílio. Para nós cristãos, “o exílio do pecado” é coisa passada, desde o momento em que Cristo ressuscitou para a nossa ressurreição e vive para a nossa vida. Porém, nos é necessário também, que como o antigo povo, nos lancemos no abismo da misericórdia do Pai e digamos a Deus com o coração arrependido: “Volta-te e tem piedade de nós!” e fazer o firme propósito de guardar a sua Palavra em nossos corações, em nossas vidas.
Alguém diz a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo” (Mt 12,47). Diante de sua própria família, Cristo declara uma autentica verdade: A sua verdadeira família são aqueles que escutam e fazem a vontade de Deus: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mt 12,49-50).
De modo algum Cristo está rejeitando os seus parentes, mas afirmando uma realidade que faz parte de sua pregação: A escuta da sua Palavra. A escuta, de fato, é indispensável para que se possa acolher a Palavra de Deus, porém, a Palavra escutada deve se tornar realidade na vida de quem a ouve.
Jesus também não põe em questão a grandeza e a bondade da família humana, mas propõe as bases de uma íntima união com ele: aqueles que fazem a vontade do Pai estão unidos a Ele nos laços mais estreitos e íntimos como os laços familiares. Nasce aqui um parentesco espiritual, que une Cristo e o Pai àqueles que realizam a vontade de Deus em sua vida.
De Deus vem a vida e todo bem. Aqueles que vivem e fazem sua vontade recebem a plenitude da vida e toda a espécie de bem (dons e graças). Feliz é quem como Maria Santíssima aceita em plenitude a iniciativa do Pai e vive a realidade de sua vontade, goza assim de todas as graças, bênçãos e bens que proveem de tão suma e eterna benevolência e vontade.
O Senhor nosso Deus nos ajude a cada dia a confiarmos e nos lançarmos no abismo de sua misericórdia e a realizarmos sempre e em primeiro lugar a sua vontade nos dias de nossa vida!
Sem. Rodolfo Marinho de Sousa
Terça Feira da 16ª. Semana do Tempo Comum (Ano Par) – 24.07.2012
Senhor só te peço neste momento cura o coração da minha filha e abri um porta de emprego para ela. Visita ela agora Senhor e toma conta dela por mim. Que assim seja!
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