PAGINAS

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Feliz 2012


“Que a sua imaginação repleta de sonhos que parecem inatingíveis, se transforme numa bela realidade no ano que está chegando”. 

“Que as realizações alcançadas neste ano sejam apenas sementes plantadas que serão colhidas com maior sucesso no ano vindouro”. 

“Ao romper o novo ano não esqueça que os sonhos possuem asas... 
Asas do desejo; 
Asas da esperança; 
Asas do amor; 
Asas da fé; 
Asas da união! 
O ano velho vai levando consigo muitas lembranças ruins e alegres, mas isso não importa... 
O importante é que chegamos até aqui! 
Que tenhamos um Ano Novo com paz, amor, saúde bênçãos e muitas alegrias!”

“Façamos uma aliança de amizade para 2012. Assim como o ouro é precioso para nós os mortais... A amizade é preciosa para a alma e a nossa essência... Quero seguir trilhando o teu caminho durante 2012 e enquanto assim me permitir, pois o ouro é um metal valioso, mas aos pés de tua amizade nada representa para mim!” 

“Ano velho, não vejo os momentos em que estive arrumando os sentimentos, joio e trigo separando, para a luz do seu nascimento. Ano findando, o que, vivendo, aprendi? Como foi que empreguei o tempo que recebi? Quanto joio arranquei e quanto trigo eu colhi? Quantos sonhos realizei, e de quantos me desfiz? Agradecido, do período que está findo, por ajustar minha vida para o ano que vem surgindo. Ano novo, és bem-vindo!” (Lêda Mello) 

“Os fogos anunciam a chegada de um ano novo! É hora de refazer seus sonhos ainda não realizados e acreditar que irá concretizá-los. Soltar um olhar solidário e acalentar para os seus amigos e bocejar para os inimigos. Aprender com os erros do ano já ido e brindar com um sorriso o ano bem vindo. Correr ao encontro daquele amor ainda não perdido ou surpreender mais uma vez o amor já conquistado”. 

“A cada dia de nossa vida, aprendemos com nossos erros ou nossas vitórias, o importante é saber que todos os dias vivemos algo novo. Que o novo ano que se inicia, possamos viver intensamente cada momento com muita paz e esperança, pois a vida é uma dádiva e cada instante é uma benção de Deus”.

Gotas de Sabedoria - Henry Thoreau



“Se você já construiu castelos no ar, não tenha vergonha deles. Estão onde devem estar. Agora, dê-lhes alicerces”.

Gotas de Sabedoria - Charles Caleb Colton


“A verdadeira amizade é como a saúde perfeita, seu valor raramente é reconhecido até que seja perdida”.

Gotas de Sabedoria - Maria Paula Fraga

"Nunca mais faço castelos em cima das pessoas. 
A partir de agora eu só construo pontes até elas. 
Que é pra quando elas forem embora, eu ter pra onde voltar."

Gotas de Sabedoria - Joseph Campbell




"Compreender que há outros pontos de vista é o início da sabedoria."

Há poder em suas palavras

A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. (Provérbios 15,1) 


Recebi uma mensagem sobre a fala e não posso deixar de compartilhar, pois tal é a importância que ela ocupa em nossas vidas nos dias de hoje, são relacionamentos quebrados, brigas, negócios desfeitos e até conquistas que se perdem por não saber como se conduzir as palavras, pois “há poder em suas palavras” 

Certa vez, um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes. Ele acordou assustado e mandou chamar um sábio para que interpretasse o sonho. 
- "Que desgraça, senhor!", exclamou o sábio. 
- "Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade!" 
- "Mas que insolente!", gritou o sultão. 
- "Como se atreve a dizer tal coisa?!" 
Então, ele chamou os guardas e mandou que lhe dessem cem chicotadas. Mandou também que chamassem outro sábio para interpretar o mesmo sonho. O outro sábio chegou e disse: 
- "Senhor, uma grande felicidade vos está reservada! O sonho indica que ireis viver mais que todos os vossos parentes!" 
A fisionomia do sultão se iluminou, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao sábio. Quando este saía do palácio, um cortesão perguntou ao sábio: 
- “Como é possível? A interpretação que você fez foi a mesma do seu colega!!! No entanto, ele levou chicotadas, e você, moedas de ouro!" 
Respondeu, então, o sábio: 
- "Lembre-se sempre, amigo, tudo depende da maneira de dizer as coisas..." 

A bíblia nos ensina que: 
“Que o falar “sim” de vocês seja sim, e o “não”, não, pois qualquer coisa a mais que disserem vem do Maligno”. (Mateus 5,37) 
“Acima de tudo, meus irmãos, quando vocês prometerem alguma coisa, não jurem pelo céu, nem pela terra, nem por nada mais. Digam somente “sim”, quando for sim, e “não”, quando for não, para que Deus não os condene”. (Tiago 5,12). 

Falar com sabedoria é um dos grandes desafios em nossos relacionamentos, pois a maneira de dizer as coisas influencia muito em tudo aquilo que vamos fazer, porque as palavras têm força, têm poder. Elas podem gerar felicidade ou desgraça, moedas de ouro ou chicotadas, paz ou guerra. 
Já ouvi alguém dizer: 
- “Digo a verdade, doa a quem doer.” 
A verdade deve ser dita, mas a forma como é feita pode fazer toda a diferença. 
Que aprendamos a pronunciar palavras que engrandeçam, que tocam no coração, que transformam e que possibilitam uma convivência melhor nas famílias, nos grupos de amigos e irmãos, nas equipes de escolas e trabalho! Que possamos através das palavras dizer coisas que abençoem outras vidas. 

(Desconheço o autor)

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Tenho amigos


Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. 
Não percebem o amor que lhes devoto 
e a absoluta necessidade que tenho deles. 
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, 
eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, 
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. 
E eu poderia suportar, embora não sem dor, 
que tivessem morrido todos os meus amores, 
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos ! 
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos 
e o quanto minha vida depende de suas existências ... 
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. 
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. 
Mas, porque não os procuro com assiduidade, 
não posso lhes dizer o quanto gosto deles. 
Eles não iriam acreditar. 
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem 
que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. 
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, 
embora não declare e não os procure. 
E às vezes, quando os procuro, 
noto que eles não tem noção de como me são necessários, 
de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, 
porque eles fazem parte do mundo que eu, 
tremulamente, construí, 
e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida. 
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. 
Se todos eles morrerem, eu desabo! 
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. 
E me envergonho, porque essa minha prece é, 
em síntese, dirigida ao meu bem estar. 
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. 
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. 
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, 
cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, 
compartilhando daquele prazer ... 
Se alguma coisa me consome e me envelhece 
é que a roda furiosa da vida 
não me permite ter sempre ao meu lado, 
morando comigo, andando comigo, 
falando comigo, vivendo comigo, 
todos os meus amigos, e, principalmente, 
os que só desconfiam 
- ou talvez nunca vão saber - 
que são meus amigos! 
A gente não faz amigos, reconhece-os. 

Vinicius de Moraes 

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A paciência


Sede pacientes: a paciência é também uma caridade e deveis praticar a lei da caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres, é a mais fácil das caridades; mas há uma bem mais penosa e, consequentemente, mais meritória: perdoar àqueles que Deus colocou sobre nosso caminho para serem os instrumentos dos nossos sofrimentos e colocar nossa paciência à prova.
A vida é difícil, eu o sei, ela se compõe de mil nadas que são picadas de alfinetes que acabam por ferir; mas é preciso considerar os deveres que nos são impostos, as consolações e as compensações que temos por outro lado, e, então, veremos que as bênçãos são mais numerosas que as dores. O fardo parece menos pesado quando se olha do alto, do que quando se curva a fronte para o chão.
" A dor é uma benção que Deus envia aos seus eleitos; não vos aflijais quando sofrerdes, mas bendizei, ao contrário, o Deus todo-poderoso que vos marcou pela dor nesse mundo para glória no céu. Coragem, amigos, o Cristo é o vosso modelo, ele sofreu mais que qualquer de vós e não tinha nada a se censurar, enquanto vós tendes vosso passado a expiar e vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos, essa palavra encerra tudo."

(Desconheço o autor)

Passe a sua vida perdendo-a pelos outros. Esse é o segredo de salvá-la


Jesus disse: "Qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, mas qualquer que perder a sua vida por amor de Mim e do Evangelho, esse a salvará!" (Mc 8,35) "Buscai primeiro o Reino de Deus!" (Mt 6,33) E o que é o Reino de Deus? O Reino de Deus são almas! O Reino de Deus é trabalho missionário! O Reino de Deus é levar o Evangelho aos perdidos! Jesus não nos incumbiu de nos salvarmos, mas nos chamou para o Seu exército e nos incumbiu de salvar os outros!
Você quer salvar a sua vida? Então perca-a por Jesus e pelo Evangelho, pregando-o aos outros! Viva e morra por Jesus e o Senhor cuidará de você! Obedeça-lhe e faça a Sua Vontade e vá para o campo de missão para servir o Senhor e ganhar almas! Ou então ajude os que estão fazendo isso!
Mas a maneira mais rápida de perder a sua vida é tentando salvá-la! "Louco, esta noite te pedirão a tua alma!" (Lc 12,20) Que aviso! Você vai se arrepender, se de repente tiver que encarar o Senhor e não tiver feito o que Ele lhe disse para fazer: buscar primeiro o Reino!
Então, obedeça ao Seu chamamento, aceite o desafio, pegue a sua cruz e faça o melhor que pode para dar o amor de Deus aos outros!

(Desconheço o autor)

sábado, 24 de dezembro de 2011

A Natividade do Senhor

Meditando com os Ícones: 
«A Natividade do Senhor» 


«A Natividade do Senhor»
Ícone de Theófanes de Creta - 1546
Monastério Stavronikita - Monte Athos - Grécia) 

Texto bíblico: Lucas 2, 1-20 

Introdução 

Este ícone segue o esquema tradicional da representação do nascimento de Jesus Cristo, segundo a Igreja Ortodoxa, que reúne em um mesmo ícone narrações dos Evangelhos e dos Apócrifos. 
O ícone da Natividade é o prólogo dessa grande epopéia que é a história da Salvação. E, como no Prólogo dos poemas encontramos sintetizados os pontos destacados do que se cantará, assim, no ícone da Natividade contemplamos o conjunto dos mistérios do cristianismo: a encarnação, a morte e a ressurreição. 

«Este é o acontecimento pelos quais os Patriarcas suspiravam, 
os Profetas predisseram e os justos desejavam ver» . 
S. João Crisóstomo, Sermão 34 .

«Deus se manifestou nascendo, 
a Palavra toma expressão, 
o invisível se faz visível, 
o inatingível se faz palpável,
o intemporal entra no tempo, 
o Filho de Deus se torna Filho do Homem».
S. Gregório Naziazeno. Sermão 38
«Que podemos te oferecer, ó Cristo, 
por nos teres te mostrado sobre a terra, como homem? 
Cada uma de tuas criaturas traz seu testemunho de gratidão: 
os Anjos te oferecem o canto, os céus a estrela, 
os Magos seus presentes, os Pastores seu assombro, 
a Terra uma gruta, o deserto um presépio.
Nós, porém oferecemos-te uma Mãe Virgem». 
Hino de Vésperas - atribuído a Anatólio 

A Montanha, os Anjos e os Pastores

A montanha

A cena está enquadrada por uma montanha em forma piramidal que se estende por todo espaço visual do ícone. É a montanha messiânica tal como Isaias o profetizou: 

«O Monte do Senhor será erigido acima das montanhas e será mais alto que as colinas"... 
«Ele agitará a mão até o Monte da Filha de Sião, até a Colina de Jerusalém»... 
«Não se terá mais dano nem mal sobre meu monte santo, porque o país estará cheio do conhecimento do Senhor» (Is 2, 2; 10, 32; 11, 9) 

A Montanha do Senhor, resplandecente, vem ao mundo, transpassa e transcende cada colina e cada montanha, quer dizer, a altura dos Anjos e dos homens. A montanha é Cristo. 
Em alguns casos o monte apresenta dois cumes: as duas naturezas de Cristo, a humana e a divina. 
Em primeiro plano, relativo à Montanha, se faz sempre representada a Mãe de Deus. Isto vem significar que a montanha é também imagem da Virgem: «O Monte Sião que ele ama» (Sl 77,68). «É a montanha que Deus se dignou eleger para sua morada» (Sl 67; 17-4). 
O centro da cena é ocupado por uma plataforma onde Maria esta ajoelhada, pela gruta do nascimento na que Deus se manifesta. Nesta Montanha, o Novo Sinai, de onde Deus se revela, Deus é quem está à entrada da gruta e a humanidade, simbolizada por Maria, pode ver face a face a Deus sem cobrir o rosto, pois Deus está sob o véu da carne em Jesus Cristo. Deus se fez homem. Deus se fez visível e acessível ao homem. 
O contrário se passou na revelação do Sinai a Moisés: este se esconde na gruta e se cobre diante de Deus, só o pode ver a sombra, já que o homem não pode resistir ao esplendor e a beleza divina. 
Por isso Deus se encarna, para fazer-se acessível ao homem, e para que este O possa ver sem medo e nem ter de cobrir seu rosto. 

Os anjos

Acima se fazem representar um grupo de anjos que cantam, contemplando o céu e a terra: «Glória a Deus nas alturas e na Terra paz aos homens que o Senhor ama». Representam a a natureza angélica que acode o evento extraordinário; um deles destacado do grupo, encontra-se falando com um ou mais pastores. 
Este anjo anuncia ao pastor a grande alegria da salvação e o faz estendendo a mão e fazendo o sinal da encarnação trinitária: dois dedos juntos e três tocando-se pelas pontas. Seu significado é a salvação vinda de Deus Uno e Trino, através da encarnação de Cristo. O pastor e o Anjo estão em diálogo. Com a encarnação de Jesus Cristo, o mundo divino e o humano iniciam um dialogo que nunca mais se perderá. Deus estará no meio dos homens Ele mesmo lhes falará, e cada homem poderá falar diretamente com Deus, sem intermediários. 

O pastor

O Pastor, ou pastores, representam o povo «que caminha nas trevas e que viu uma grande luz» (Is 9,1). Com efeito, havia aparecido a luz sobre os habitantes da terra de sombras e de morte. Disse o anjo: «Anuncio-lhes uma grande alegria, lhes trago uma boa notícia, para todo o povo, pois nasceu para vós um Salvador, que é o Messias,o Senhor, na cidade de Davi. Isto tereis como sinal: encontrareis um menino envolto em panos e reclinado num presépio» (Os 10,12; Is 61,11). 
Aos pés do Pastor, há um menino tocando uma flauta, é antítese da música celestial e faz referencia a um hino de matinas da vigília: «interrompendo o som das flautas dos pastores, a armada celestial gritava»... 

A Gruta, a Virgem e o Menino

A gruta

No centro do ícone se abre uma gruta que mostra as entranhas da montanha. Representa o inferno e a morte sobre as quais encontra-se Cristo, e que tentam engoli-Lo. É a mesma voracidade obscura que se fala no ícone da Ressurreição. 



A virgem

Fora da gruta está representada a Mãe de Deus. Geralmente está recostada, algumas vezes sentada e outras, ainda, joelhada, como neste caso. Esta postura ultima denota a influência ocidental. Ela é a Rainha que está erguida à tua direita posto que ela é a Mãe do Rei, aquela que goza da divina confiança e que realizou nela maravilhas. 
A Virgem geralmente não olha para o menino, mas para o infinito, custodiando e refletindo em seu coração tudo aquilo que de extraordinário aconteceu com ela. (Lc 2,19) Sobre seu rosto se lê a tristeza humana de uma mãe que queria dar algo maior a seu Senhor e parece dizer: 

«Quando Sara trouxe ao mundo um filho, 
este recebeu vastos territórios como homenagem; 
eu, ao contrário, não tenho nada: 
emprestaram-me esta gruta onde quiseste habitar, 
meu pequeno, Deus antes dos séculos» 
Romano o Melode XIII,14 

A Mãe de Deus é colocada próxima ao coração da Montanha; «representa a luz que emana da sarsa do Sinai». (S. Gregório de Nicéia, sermão 21,119) 
Maria estava vestida com seu manto donde as estrelas (frente a ambos os ombros) proclamam sua virgindade antes e depois do parto. Representam o sinal da santificação trabalhada nela pela Trindade para que fosse progenitora de Deus. 

«Virgem antes e depois do parto, sempre Virgem no espírito, na alma e no corpo» 
(São João Damasceno, sermão 57,5) 

«Pois Deus era Aquele de quem ela nasceu, 
pela natureza seu curso mudou [...] 
Israel atravessou o mar sem se molhar; 
agora a Virgem gerou a Cristo sem se contaminar. 
Depois da travessia de Israel, o mar tornou-se intransponível,
a Imaculada, depois do nascimento do Emanuel 
permaneceu incorruptível» 
Hino da Mãe de Deus - Theotokos 

Adora a seu Filho e Deus em atitude de serva do Senhor, disposta a fazer tudo o que o diga, assim as expressam suas mãos cruzadas no peito. 

O Menino

Entre a Virgem e a entrada da Gruta aparece o Menino envolto em panos colocado mais que em um presépio, em um sepulcro de forma tradicionalmente retilíneo. O Menino está envolto como numa mortalha. Evoca a figura mortuária, em concreto, a imagem de Lázaro que o presépio-sarcófago contribui para o evidenciar. 

«Está envolto em panos por quantos haviam revestido então as túnicas da piedade» 
(Romano o Melode XIII-14 e Gn 3,21). 

Os panos serão para os pastores sinal de reconhecimento do menino, como o serão sinal tangível da Ressurreição para as mulheres, Pedro e João ante o sepulcro vazio. (Lc 2, 13; Jo 20, 1ss) 
Os panos do menino são as vendas mortuárias que, depois, aparecerão espalhadas pelo sepulcro, quando ressuscitou. Este Menino é, doravante, o que vai vencer a morte com sua Ressurreição. Nascemos para morrer e ressuscitar com Ele. 
Já desde o princípio da Vida de Jesus, a Igreja o proclama Vencedor da Morte na representação de seu nascimento. É Ele o Sol das trevas que nos tirou dos braços da morte. 

[...] «Seu corpo foi como um servo, jogado nos braços da morte, a quem o dragão infernal esperava devorar; tivera, no entanto, que vomitar aqueles que já havia devorado. Ele venceu a morte para sempre e secou as lágrimas dos olhos de todos». 
(S. Cirilo de Jerusalém. Catequese 12, 15) 

«Da Virgem nasceu o Rei da Glória, revestido de púrpura de sua carne, que visitou os prisioneiros e proclamou a libertação aos quantos habitavam nas sombras». 
(São João Damasceno, sermão 54) 

«Como Jonas, no ventre da baleia, Cristo entrou na face da morte, como novo Adão, para recuperar a dracma perdida: o gênero humano. Os céus se inclinam até a profundeza dos abismos, nas profundas sombras do pecado. Chama portadora de de luz, a carne de Deus, dissipa as sombras do inferno sob terra. A luz resplandece nas trevas, mas as sombras não a viram». 
(Orígenes) 

Animais

No interior da gruta, se distinguem o boi e o asno, na iconografia eslava, acrescenta-se um cavalo. Estes animais têm diversos significados: o boi representa o culto a Mitra; o asno o culto a luxúria, representação daqueles que, tendo o mistério da Encarnação de Deus diante de si, não sabem vê-lo ou não querem vê-lo, daí seu olhar inexpressível se dirigem a um ponto perdido. São também a representação das forças instintivas irracionais que emergem das profundezas da alma humana e levam ao pecado, e que Cristo abrandará através de sua vida, morte e Ressurreição. Maria representa esta natureza que, plena de Deus, se liberta de tudo o que não seja Deus mesmo, e se espiritualiza até o ponto de viver só para Ele e por Ele. O corpo de Maria é esguio , magro; o dos animais, gordo e arredondado. E, por último, representam a palavra do Profeta Isaías: 

«o boi conhece seu dono e o asno o presépio de seu dono; Israel, no entanto, não entende, meu povo não tem conhecimento» 
(Is 1,3) 

José; Pastor-Demônio; Árvore

José


Na parte inferior aparece José pensativo e afastado. Diante de um homem vestido com peles e apoiado em um bastão. José personifica o drama humano: o homem ante o mistério. José se interroga frente ao mistério. José duvida do possível adultério de Maria.

Demônio-Pastor

A literatura apócrifa atribui a José esta dúvida, e o Pastor que fala com ele, apoiado num bastão, alimenta e confirma os pensamentos de José, já que é o diabo que suscita uma tormenta de sentimentos encontrados no interior de José. O diabo, vestido com peles de cabra, o tenta sobre a virgindade de Maria, dizendo-lhe, segundo os apócrifos: «como este bastão que eu levo não pode produzir brotos, do mesmo modo, um velho como tu não pode engendrar e uma virgem não pode engravidar». 
Como todo tentador é insinuante, amável e sedutor, aparece o diabo sob forma tranqüila, coloquial e amistosa com José. Ele está vulnerável sobre a decisão que tem de tomar. Toda tentação nos faz vacilar, se nosso olhar não está posto em Cristo e sobre nós mesmos. 

A árvore

A tradição dá ao pastor o nome de Tirso. Na antiguidade pagã, tirso era um grande bastão, atributo típico de Dionísio e de seus sátiros e bacantes, entidades representativas do paganismo e do racionalismo. 
Junto ao pastor-demônio, há um arvoredo que brota de um tronco seco. «Um rebento brota do tronco de Jessé; um broto surge de suas raízes. Sobre ele repousará o Espírito do Senhor; por ele o Senhor resgatará o seu povo» (Is 11, 1-2) O Arvoredo representa uma resposta às palavras do pastor-demônio. 

«Deus não é escravo das leis que regulam a vegetação; 
é seu Criador e, se fez brotar a vara de Araão, muito mais, 
pode fazer com que uma Virgem floresça e dê frutos». 
(Cirilo de Jerusalém. Catequese XII, 28) 

Nuvem. Estrela, o Assombro do criado

Nuvem e estrela

Na parte superior do ícone apresenta-se uma nuvem que se retira para o céu. Os apócrifos contam que «no momento do nascimento, a nuvem que recobria a gruta se dissipou e apareceu uma grande luz que a vista não era capaz de suportar. Logo esta luz se diminuiu lentamente e apareceu o menino». Proto-evangelho de São Tiago 19, 2 
A nuvem evoca a presença de Deus que pôs nas sombras seu esconderijo. (Sl 17, 12) A nuvem é de grande tradição e de grande simbolismo no Antigo Testamento, e sempre revela a presença misteriosa de Deus. A Nuvem guia o povo de Israel pelo deserto até a Terra Prometida; a nuvem revela Deus no monte Sinai; no Monte Tabor, Jesus se transfigura tornando-se resplandecente como uma nuvem; na Ascensão, a nuvem vela a visão do Ressuscitado. 
Da nuvem, o céu aberto faz descer um facho de luz até a terra que se divide em três raios em direção ao o menino: é a Santíssima Trindade que se manifesta como luz. Ao mesmo tempo representa a estrela. Em alguns ícones aparece dentro uma pomba do Espírito, e em outros uma cruz: Jesus nasce para morrer e ressuscitar. 

«O Filho de Deus é o ícone vivo e idêntico do Pai através do qual tivemos acesso ao Pai. Nossa mente, iluminada pelo espírito, olha o Filho e, no Filho, como num ícone, contempla o Pai». 
Macário Crisocéfalo. 

A estrela é a realização da Profecia de Isaias: 

«Levanta-te e resplandece, pois chegou tua luz; e a glória do Senhor amanhece sobre ti, entre a obscuridade envolve a terra e as trevas dos povos; sobre ti vem a aurora do Senhor» 
(Isaias 60,1-4) 

Assombro do Criado

Está representado pelas ovelhas ou cabras que estão diante do menino que toca flauta e olham para o alto. Eles expressam o assombro da Criação diante de tão grande mistério: Deus se fez homem. Ninguém consegue prosseguir em sua ação natural, tal é o estupor e o temor do Universo que reconhece a presença de Deus e se extasia ante a sua misericórdia. A Criação fica transtornada diante de tanta maravilha. Isto vem narrado nos apócrifos: Proto-evangelho de São Tiago 18, 1-3 e no Hino das Grandes Horas da Natividade. 

Os magos

Sob os Anjos, que cantam a glória, aparecem à cavalo os três reis do Oriente, guiados por uma estrela que olham e que tem a forma de cruz dourada e gloriosa; seguem Aquele que morrerá e ressuscitará e dará a toda humanidade a entrada para a vida eterna. Os magos representam os homens excluídos da Antiga Aliança que o Novo Reino Messiânico ha de incluir. Os santos, os justos, ainda que não sejam de Israel, são agradáveis a Deus, e Cristo estende sua predileção e primogenitura a todos os povos, representados pelos magos. 
Os magos prefiguram as mulheres miróforas que, a caminho do sepulcro se animavam dizendo: 

«Apreciemo-No e O adoremos como os Magos, e levaremos como presentes unguentos Àquele que já não está envolto em panos, mas em uma mortalha». 
(Ode VI do Cânon das matinas da Ressurreição) 

Os magos, por sua vez, como as miróforas, se converteram em «divinas testemunhas que, ao retornar para as suas terras, anunciaram Cristo a todos». 
(Hino Akasthitos) de Romano Melode XII, 21. 

«Os Magos viram nas mãos da Virgem Aquele que plasmou com as suas mãos os homens; e compreendendo que era o Senhor, ainda que tivesse tomado a forma de servo, apressaram-se a honrá-lo com um tríplice dom, como o Hino dos Serafins que o proclama três vezes Santo». 
(Hino Akasthitos) de Romano Melode XII, 21.) 

A tradição iconográfica transmitiu uma constante sobre os magos: a idade. Apresentam-no com semblantes: jovem, adulto e velho, representando assim as três idades do homem em uma única síntese visual. 

Banho, Comadre-Eva

Comadre

Na parte inferior deste ícone há duas mulheres que preparam o banho do menino. Isto é influência da iconografia helenística que tanto influenciou a Arte Cristã. Tem ainda seu desenvolvimento cristão nos Apócrifos, na verdade, no Proto-evangelho de Santiago, 19 e 20. Ali se narra como uma parteira testemunhou a maternidade divina de Maria, e Salomé certifica a Virgindade de Maria e presta a ela sua ajuda banhando o Menino. 
Segundo a tradição, a comadre é Eva que, junto a Salomé, se ocupa do Menino. Eva dá a vida mortal, Maria a imortal. Maria põe nas mãos de Eva a Vida Imortal: seu Filho. 
Neste ícone, o menino se apresenta com feição de gente maior, com entradas nos cabelos porque é desde o principio, verdadeiramente homem. 
O Menino Jesus do banho nas mãos de Eva, acentua sua debilidade e morte, sua humanidade. Como homem necessita de cuidados, atenções e cobre suas necessidades. É, portanto, homem, não só na aparência mas, realmente. É a síntese de todo o ícone: Jesus Cristo, Deus e Homem. 

Banho

A Imagem do banho ganhou um significado todo especial: a imagem do Batismo. O recipiente onde o menino é banhado tem a forma de uma pia batismal, prefiguração de sua morte e descida aos infernos. O banho é como um enterro num sepulcro líquido, o mesmo em que está imerso o Cristo no ícone da Epifania. 

«No Sacramento do Batismo, o ato de imergir nas águas e voltar a sair, simboliza a descida aos infernos e a saída desta morada junto com Cristo». 
(São João Crisóstomo Homilia 40) 

«Pelo Batismos morremos, para ressuscitar com Ele». 
(Rm 6,1-4.) 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Um anjo na auto-estrada 109



Uma mulher que conduzia um automóvel com seus filhos é a protagonista de um grande acidente entre vários automóveis. 
A senhora assustada dentro de seu carro, começou a gritar: 
- Oh Deus! Por favor, salva a meus meninos! 
Seu olhar cheio de medo focalizou no acento traseiro onde supostamente estavam seus filhos, porém tudo o que viu foram vidros quebrados e duas cadeiras de crianças destruídas. Não se viam seus gêmeos por lado algum; ela não os escutava chorar, e temeu que tivessem sido lançados para fora do veículo. 
- Oh Deus não os deixe morrer! 
Com a chegada dos bombeiros e a polícia, procuraram na parte traseira, porém não encontraram as crianças, os cintos de segurança estavam intactos. Eles pensaram que a mulher estava louca e que estava sozinha no carro, porém quando iam interrogá-la, a mulher havia desaparecido. Policiais a viram passar correndo, sem rumo, e gritando mais forte que o ruído, suplicando desesperadamente: 
- Por favor, ajudem a encontrar meus filhos! Eles só têm quatro anos de idade e estão vestidos iguais, com camisas azuis e jeans. 
Um policial a ouviu e lhe disse: 
- Estão aqui no carro e não têm nenhum arranhão! Eles dizem que um homem de branco os colocou ali, e lhes deu a cada um, um pirulito e lhes disse para esperar que a mãe fosse levá-los para casa. Já procurei por todos os lados, mas não pude encontrar o homem. Provavelmente deixou a área, supôs o policial... 
A Mãe abraçou os gêmeos e disse, enquanto enxugava as lágrimas: 
- Ele não pode ter deixado a área. 
O policial, mostrando-se confuso, perguntou: 
- Como pode ser isto verdade? 
Os meninos exclamavam: 
-'Mamãe, o homem disse que não devemos nos preocupar e que você estaria bem, e nos colocou neste carro com as luzes brilhantes e bonitas. Queríamos que ele ficasse conosco, porém ele só nos abraçou muito forte e disse que teria que ir. Disse que algum dia entenderíamos e nos pediu que nos comportássemos bem, e que te disséssemos que ele sempre estará cuidando de nós.' A Mãe chorando, lembrou do pedido que tinha feito a Deus para que guardasse os seus filhos e o glorificou. O relatório dos bombeiros não podia explicar que com o carro totalmente destruído, os três ocupantes se salvaram sem nenhum arranhão. Porém no relatório da polícia estava escrito em letras muito pequenas:
'Um anjo esteve a noite na Auto-estrada 109.'

Desconheço o autor

domingo, 11 de dezembro de 2011

A desculpa do “estado laico” não exclua o Presépio de Jesus de nosso lar e de nosso coração!


Dentro de poucos dias, estaremos celebrando o Natal do Senhor... 
Infelizmente, o comércio está cada vez mais agitado e ousado, desrespeitando o sentido cristão do Natal. O consumismo exagerado vai tomando conta dos corações, sobrando pouco espaço para as coisas do Alto. Bem antes do Natal, as lojas começam a se enfeitar de luzes e objetos natalinos, nem sempre relacionados ao Aniversariante de 25 de dezembro. O que conta é fomentar as compras de fim de ano e esquentar o comércio... Triste constatação! Nossa reação deve ser alegre e contagiosa. Urge buscar caminhos novos para resgatar a presença do Menino Jesus nos corações e nos ambientes que frequentamos. Não podemos deixar que o Natal vire festa pagã! De que adianta abarrotar a casa de “coisas”, se o coração ficar vazio de Deus? 
Convido cada família cristã da Diocese a montar em sua casa, num “lugarzinho” nobre da sala, um lindo presépio, com imagens de Maria, José e o Menino Jesus, não esquecendo dos anjos, dos pastores, dos cordeirinhos, dos bois, dos Magos... Enfim, um presépio esplendoroso, com toques de simplicidade, humildade, harmonia, paz e serenidade..., virtudes do Menino Deus que repousa serenamente na Manjedoura e nos braços de Maria. 
Não deixemos que o barulhento “papai noel” sufoque o verdadeiro espírito do Natal! Pacificamente lutemos para re-introduzir o Menino Jesus na sociedade e no coração das pessoas. Haverá mais ternura e mais misericórdia. 
Entre comigo nessa corrente! Convide seus amigos a fazerem o mesmo. Não adie para o ano que vem! Vamos criar um clima de Natal, fazendo do Presépio ponto de referência obrigatório para a família se encontrar na Noite Santa e agradecer ao Deus-conosco. Ele quer nascer outra vez em sua e nossa família. 
Conto com sua criatividade e grande amor ao Menino Jesus. 
Acolhamos com alegria Aquele que deseja fazer de nosso coração sua morada permanente. 
Um abraço amigo e uma especial bênção. 

Dom Nelson Westrupp, scj 
Bispo Diocesano de Santo André

sábado, 10 de dezembro de 2011

O milagre da anunciação de Maria

Gostaria de partilhar uma simples reflexão, tão simples como sua protagonista, que um pastor presbiteriano fez a respeito do Anuncio do Anjo Gabriel faz a Maria de que ela seria a Mãe do Salvador. Particularmente, esta reflexão me fez muito feliz, embora seja simplesmente aquilo que eu já sei. Ela ainda me permitiu olhar além: embora as diferenças doutrinais não se acertem, a comunhão de idéias e o respeito é possível, por isso bendigo a Deus!



O Milagre da anunciação a Maria, por Hernandes Dias Lopes

“Eis que conceberás e darás à luz um filho,
a quem chamarás pelo nome de Jesus.”
Lc 1.31

O nascimento de Jesus foi anunciado pelo anjo Gabriel à jovem Maria, em Nazaré da Galileia. Deus escolheu uma jovem pobre, de uma cidade pobre para ser a mãe do Salvador. Deus escolhe as coisas fracas para envergonhar as fortes. Maria devia ser muito jovem e ainda não tinha casado. Quando recebeu a visita do anjo Gabriel ficou alarmada. Quando soube que havia sido agraciada por Deus para ser a mãe do Salvador de seu povo, quis saber como seria isso, pois não tinha relação com homem algum.

O anjo lhe explica que a sombra do Altíssimo a envolveria e que ela conceberia por obra do Espírito Santo, de tal forma que seu filho seria o Filho do Altíssimo. Maria, humildemente, diz: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se segundo a sua vontade”. Deus parece que chegou adiantado em Nazaré, pois escolheu uma jovem ainda não casada para ser a mãe de Jesus. Maria, porém, está disposta a enfrentar preconceito e ameaça, pois poderia ser abandonada pelo noivo e até mesmo apedrejada pelo povo. Mas, ela não teme. Ao contrário, crê em Deus e o Senhor a exalta. 

Ore 

Senhor Deus, as tuas promessas nunca falham! 
Dá-me, pois, a mesma fé inabalável 
demonstrada por Maria 
diante da obra que tu tens de realizar em minha vida. 
Em nome de Jesus. Amém.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

ESCLARECIMENTO dos bispos da província eclesiástica de São Paulo aos fiéis da Igreja Católica Apostólica Romana


A Igreja Católica Apostólica Romana, fiel e perseverante na transmissão da fé recebida dos Apóstolos, está unida ao Papa, sucessor do Apóstolo Pedro, e aos bispos em comunhão com ele. Os fiéis católicos apostólicos romanos reúnem-se também em torno dos padres e diáconos, que estão em comunhão com os bispos e foram por eles legitimamente ordenados para os respectivos ministérios.
Atualmente, várias Igrejas e Comunidades Cristãs, não unidas ao Papa e aos bispos em comunhão com ele, apresentam-se como “católicas”, “católicas apostólicas”, “católicas carismáticas”, “católicas renovadas”, “católicas apostólicas ortodoxas”, “católicas apostólicas brasileiras”. Diversas pessoas e iniciativas religiosas são apresentadas como “católicas”, utilizando os mesmos sinais já tradicionais da nossa identidade católica apostólica romana (nomes, títulos, vestes clericais e litúrgicas, símbolos, textos litúrgicos...).
Esta falta de clareza no âmbito das organizações religiosas ditas “católicas” é motivo de perplexidade, confusão e desorientação para os fiéis a nós confiados, podendo causar dano à sua fé. Cumprindo nossa grave responsabilidade de, em nome de Jesus Cristo, Bom Pastor, cuidar das ovelhas do seu rebanho, conduzindo-as pelos caminhos do Evangelho e defendendo-as contra todos os perigos e enganos, vimos esclarecer e chamar a atenção para o que segue:

1. Somente representam legitimamente a Igreja Católica Apostólica Romana os bispos que estão em comunhão com o Papa e os sacerdotes e diáconos em comunhão com esses bispos católicos apostólicos romanos. Dioceses, eparquias, exarcados, paróquias e santuários da Igreja Católica Apostólica Romana são somente aquelas e aqueles que estão sob a responsabilidade de tais bispos, sacerdotes e diáconos;

2. É direito dos fiéis católicos apostólicos romanos e de qualquer outra pessoa, obter informações certas sobre a identidade religiosa das pessoas que representam qualquer religião, igreja ou grupo religioso; o exercício da liberdade religiosa só é possível mediante essa clara identificação;

3. Os fiéis católicos apostólicos romanos, que necessitarem de informações sobre a legitimidade dos seus representantes hierárquicos, podem obtê-las através dos padres e diáconos das paróquias católicas romanas conhecidas, ou através das cúrias das respectivas dioceses.

4. Recomendamos aos nossos sacerdotes e diáconos que tenham sempre consigo o documento de identidade sacerdotal ou diaconal, assinado pelo bispo da própria diocese ou, no caso do clero religioso, pelo seu superior provincial;

5. Esclarecemos aos fiéis católicos apostólicos romanos e a quem interessar possa, que nossa Igreja não realiza, a não ser em casos especiais, batizados, casamentos e crismas fora das igrejas e espaços normalmente destinados ao culto e às celebrações sagradas, como, por exemplo, chácaras, buffets e outros locais;

6. Desaprovamos toda forma de simulação dos Sacramentos da Igreja Católica Apostólica Romana, bem como a exploração comercial, como fonte de lucro, da religião e da boa fé do povo; afirmamos que, ao nosso entender, isso é um grave desvio da natureza e da finalidade da religião e desrespeita profundamente a Deus e ao próximo;

7. Estimulamos a todos os nossos fiéis a se manterem firmes na fé da Igreja, recebida dos Apóstolos e testemunhada pelos santos e mártires ao longo da história; estejam unidos aos seus legítimos bispos e sacerdotes, colaborando com eles na vida e na missão da Igreja; freqüentem as comunidades de fé e caminhem com elas, nas paróquias e outras organizações da Igreja, e busquem todos conhecer mais profundamente o rico patrimônio da fé e da vida cristã, que a Igreja Católica Apostólica Romana preserva e transmite com fidelidade, de geração em geração.

Assinam os bispos das dioceses católicas apostólicas romanas da província eclesiástica de São Paulo.

Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo
Dom Tomé Ferreira da Silva, bispo auxiliar de São Paulo
Dom Tarcísio Scaramussa, bispo auxiliar de São Paulo
Dom Edmar Peron, bispo auxiliar de São Paulo
Dom Milton Kenan Júnior, bispo auxiliar de São Paulo
Dom Júlio Endi Akamine, bispo auxiliar de São Paulo
Dom Ercílio Turco, bispo de Osasco
Dom Fernando Antônio Figueiredo, bispo de Santo Amaro
Dom Nelson Westrupp, bispo de Santo André
Dom Jacyr Francisco Braido, bispo de Santos
Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, administrador apostólico de Guarulhos
Dom Joaquim Justino Carreira, bispo nomeado de Guarulhos
Dom Luiz Antônio Guedes, bispo de Campo Limpo
Dom Airton José dos Santos, bispo de Mogi das Cruzes
Dom Manuel Parrado Carral, bispo de São Miguel Paulista
Dom Vartan Waldir Boghossian, bispo do exarcado armênio, para os católicos apostólicos romanos de rito armênio residentes no Brasil
Dom Farès Maakaroun, bispo da eparquia Nossa Senhora do Paraíso, dos católicos apostólicos romanos de rito greco-melquita
Dom Edgard Madi, bispo da eparquia Nossa Senhora do Líbano, dos católicos apostólicos romanos de rito maronita.

São Paulo, na festa do Apóstolo Santo André, 30 de novembro de 2011