PAGINAS

sábado, 4 de setembro de 2010

Fé e Vigilância

“A pregação a respeito da cruz é uma insensatez para os que se perdem,
 mas para os que se salvam, para nós, ela é poder de Deus.”
(I Cor 1, 18)


1. Deus em sua infinita sabedoria decidiu salvar o mundo pela Cruz de seu Filho Jesus Cristo. Paulo em sua pregação proclama que a Cruz que é loucura para os homens para nós ela é poder de Deus. Quando dizemos que a Cruz é sinal da Salvação, e quando Paulo afirma que ela é poder de Deus, na verdade, colocamos em evidência a graça divina presente em Cristo Jesus, que é a única que salva aqueles que crêem.
Com este belo discurso a respeito da Cruz (Cf. I Cor 1,17-25), Paulo diz à comunidade de Corinto que o cristão não procura por sinais demasiados para alicerçar a sua fé, ou seja, para crer em Deus, em Cristo e na sua Cruz não é necessária a sabedoria humana, pois, não é a inteligência que salvará o homem, mas, o Cristo crucificado, verdade de Deus e realidade concreta de salvação.
Uma condição para a salvação é a fé, que o mesmo Paulo ensina que é um modo de possuir o que ainda não se tem e de ver as realidades que não se vêem (Cf. Hb 1,1-2). Quem cultiva sua fé é feliz em crer na mensagem da Cruz. Uma mensagem de esperança e vida, que perpassa toda a nossa história e dá sentido às noites mais escuras que podemos viver nesta vida.
A fé nos ajuda a “crer sem ver”, e é também ela que ilumina as trevas deste mundo e da nossa vida, nos faz sentir a presença sensível de Deus perto de nós, e nos possibilita enxergar o renovo de Deus todos os dias.

2. A fé vem acompanhada da vigilância.
Todos nós conhecemos a parábola das Dez Virgens (Cf. Mt 25,1-13). O coração desta parábola é o último versículo em que diz “Vigiai, pois não sabeis o dia nem a hora” (Mt 25,13). Pois é, ninguém sabe nem o dia e nem a hora da manifestação definitiva de Cristo, por isso, na fé e pela fé aguardamos e vigiamos.

3. A parábola das Virgens é uma alegoria das núpcias de Cristo com sua Igreja, assim nós devemos lê-la e interpretá-la.
Na parábola, a Festa de Casamento é imagem do Reino de Deus.  O noivo é Jesus. As dez virgens são a imagem da Igreja - sabemos que à Igreja de Cristo pertencem bons e maus, sábios e tolos, que vão ao encontro do Senhor, uns na fiel vigilância, outros na infidelidade e inconstância. O azeite é o amor ou a caridade, que constitui a nossa vocação fundamental e também é condição para o ingresso na eternidade. No casamento representado na parábola se dá a união definitiva de Cristo (esposo) com a Igreja (esposa), marcada pela sua triunfante volta, que aguardamos.
 No relato da parábola, as virgens previdentes adentraram à festa, ou seja, ao Reino de Deus; as virgens imprudentes não conseguem entrar e ouvem as palavras mais duras do Evangelho: “Não vos conheço”, ou seja, são separadas totalmente do Reino de Deus, são repelidas porque não conservaram em seus corações acesa a chama da fé vigilante.

4. Diante desta Palavra do Evangelho devemos nos examinar.
Muitas vezes o nosso corpo está belo por fora, mas por dentro está morto o amor e a esperança, e a certeza da salvação que Cristo nos alcançou na cruz. Por inúmeros motivos deixamos de esperar, confiar e vigiar. Esquecemos-nos que o nosso Salvador vem vindo e não nos quer dispersos, mas deseja nos encontrar prontos, preparados, unidos como Igreja, com o coração ardendo de desejo pela eternidade.
Se há algo que ninguém pode fazer por nós, é amar. Para o amor fomos criados, e é no amor que nos uniremos a Cristo na eternidade. Por isso faz parte da vigilância o amor a Deus e a suas coisas e o amor aos irmãos. Devemos amar não por hábito ou de modo cômodo, ou até mesmo por capricho, mas, de coração e com a vida.
Cultivar o óleo em nossas lamparinas para que sua chama não se apague é esperar vigilantes e ativos o encontro com Cristo. Lembremo-nos sempre de que no céu, a festa de casamento é somente para Deus e aqueles que são seus filhos, ou seja, que se prepararam para tal.
Se não estamos prontos, nos preparemos, pois em breve Jesus chegará e nos levará á Presença do Pai: “Vigiemos, ninguém sabe o dia e nem a hora...”.

Rodolfo Marinho de Sousa
Texto escrito para a Celebração da Sexta feira da 21ª. Semana do Tempo Comum.
Embu, 27 de Agosto de 2010 – Memória de Santa Mônica.


Imagem retirada de http://fabianapaula.wordpress.com/category/especial-parabolas-de-jesus/

Nenhum comentário:

Postar um comentário