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sábado, 12 de junho de 2010

"A tua fé te salvou, vai em paz" (Lc 7,50)

«Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes» (Mt 9, 12). Mostra portanto ao médico o teu ferimento, para que possas ser curado. Mesmo que não Lho mostres, ele conhece-o, mas exige de ti que Lhe faças ouvir a tua voz. Limpa as tuas chagas com as tuas lágrimas. Foi assim que esta mulher de que o Evangelho fala se libertou do seu pecado e do mau odor do seu desregramento; foi assim que ela se purificou dos seus erros, lavando os pés de Jesus com as suas lágrimas.
Possas Tu, Jesus, reservar-me também o cuidado de Te lavar os pés, que sujaste quando caminhavas em mim! [...] Mas onde encontrarei a água viva com a qual Te possa lavar os pés? Se não tiver água, tenho as minhas lágrimas. Faz com que, ao lavar-Te os pés com elas, eu possa purificar-me! Como fazer de maneira a que digas de mim: «São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou»? Confesso que a minha dívida é grande e que me foi «perdoado demasiado», a mim que fui arrancado ao ruído das altercações da praça pública e às responsabilidades da governação para ser chamado ao sacerdócio. Temo por isso ser considerado um ingrato se amar menos, quando fui tão perdoado.
Não posso comparar com qualquer um esta mulher que foi justamente preferida ao fariseu Simão, que convidara o Senhor para almoçar. No entanto, a todos aqueles que querem merecer o perdão, ela oferece um ensinamento ao beijar os pés de Cristo, ao lavá-los com as suas lágrimas, ao secá-los com os seus cabelos, ao ungi-los com perfume. [...] Se não pudermos igualá-la, Jesus sabe vir em auxílio dos fracos. Onde não houver ninguém que saiba preparar uma refeição, trazer perfume, trazer consigo uma fonte de água viva, (Jo 4, 10), Ele próprio vem.
 Comentário ao Evangelho do 11o. Domingo do Tempo Comum (Ano C) feito por  
Santo Ambrósio (c. 340-397), Bispo de Milão e Doutor da Igreja. 
A Penitência, II, 8 (a partir da trad. SC 179, p. 175).

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