Mesmo quando estamos ressentidos,
cheios de raiva e vingança, o Pai continua a nos amar.
Todo combatente é treinado. Misericórdia e perdão é o treinamento pelo qual o Senhor faz passar constantemente os seus valentes guerreiros.
''Com efeito, se perdoardes aos homens as suas faltas, vosso Pai celeste também vos perdoará; mas se não perdoardes aos homens, também vosso Pai não vos perdoará vossas faltas'' (Mt 6,14).
Todos nós pecamos e precisamos do perdão de Deus. Ele quer tocar o nosso coração para nos abrirmos à graça do perdão. Porque, se não perdoarmos, não seremos perdoados.
Quando não perdoamos, fechamos o coração, e acabamos nos fechando a tudo: nos fechamos ao amor e ao perdão.
Tanto quanto Deus é amor, é também perdão. Deus quer sempre perdoar. Se não conseguimos enxergar isto, é porque estamos com o coração fechado.
Mesmo decepcionados com situações ou pessoas, rancorosos e vingativos, estamos sendo envolvidos pelo perdão do Pai. Mas Ele não pode nos atingir: nosso coração está fechado. Preciso repetir: mesmo quando estamos ressentidos, cheios de raiva e vingança, o Pai continua a nos amar e nos envolver no Seu amor. Mas nós é que não somos atingidos porque estamos fechados.
Se jogamos um cantil fechado no mar, depois de um mês ou até depois de 100 anos, ele estará vazio: não entra nem um pouquinho de água. Com toda a água do oceano ao seu redor, durante todo esse tempo, o cantil poderia se encher, transbordar; mas isso não acontece, porque ele está fechado. Se o cantil estivesse aberto, em questão de segundos, estaria cheio de água.
À medida que usamos para os outros, será a medida usada para nós. É isso que o Evangelho nos diz: ''se perdoarmos, seremos perdoados; mas se não perdoarmos, não alcançaremos o perdão. A medida com que medimos aos outros, seremos nós também medidos: com a mesma medida!''
A palavra ressentimento quer dizer: sentir de novo aquilo que já havíamos sentido. Re-sentir! Se continuarmos guardando mágoas e ressentimentos, as veias do nosso coração ficam todas fechadas. Não demora e o nosso coração está todo fechado.
Não temos o direito de ficar magoados com as pessoas que nos ofenderam, nos feriram... Não podemos ficar ressentidos e querer mal a elas porque fizeram algo errado. Se agirmos assim estaremos nos matando.
Se você não perdoa, está se asfixiando. Não se trata de ter direito de não perdoar, porque foi a pessoa que errou. O direito que você tem é o de viver. Não o de morrer. O ressentimento mata. Mata a alma e mata o corpo.
Na medida em que acumulamos ressentimento e decepção, vamos perdendo a alegria. No começo parece gostoso cultivar aquele sentimento de auto-piedade, porque fomos ofendidos. Mas depois, vamos nos envenenando. Podemos chegar à morte. Repito: chegar à morte da alma e a morte do corpo. E quantos morrem assim!...
Precisamos estar com o coração totalmente aberto para que flua abundantemente. É preciso ter a coragem de vencer os ressentimentos, as mágoas, os rancores e a raiva. É necessário romper com todos esses sentimentos negativos, porque eles geram doenças. Geram morte.
O Senhor quer lhe dar salvação. É preciso que você se abra.
Trecho retirado do livro: “Combatentes no perdão”, de Pe. Jonas Abib.
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