1. Eu, você, nós: todos somos pecadores!
“E se alguém disser que não tem pecado, é mentiroso e faz Deus mentiroso” (Cf. 1 Jo 1, 8)
Parece incrível, mas há gente que não se enxerga!
Não enxerga a terrível realidade do pecado que existe dentro de cada um de nós e em volta de nós. Vemos por aí: tanta injustiça, violência, miséria, fome, corrupção, lares destruídos, menores abandonados. E nos perguntamos: “Tudo isso não é fruto de pecado do egoísmo e da maldade dos homens?”.
Vejamos a nossa vida: quantas vezes nós também somos egoístas e fazemos obras contrárias ao Espírito Santo de Deus; quantas vezes deixamos de amar a Deus sobre todas as coisas, com todo o nosso coração, com todas as nossas forças e com todo o nosso entendimento; quantas vezes usamos mal os dons que Deus nos deu: a liberdade, a fé a capacidade de amar, o sexo, e etc.
Pecado não é só matar e roubar. Pecado é deixar de fazer por querer a vontade de Deus em pensamentos, palavras, atos e, sobretudo, em omissões!
2. O amor de Deus é maior e mais forte que nossos pecados:
Foi Jesus que nos revelou, com sua vida e com suas palavras, a bondade e a misericórdia de Deus Pai. Seu próprio nome, Jesus, quer dizer: “Aquele que vai salvar o seu povo do pecado”, (Cf. Mt 1,21). Ele é: “O médico que veio curar os pecadores e chamá-lo para o arrependimento” (Cf. Lc 5,31-32).
Quem lembra das atitudes de Jesus para com os pecadores?
Jesus era Implacável contra a hipocrisia dos fariseus, que não se enxergavam e se achavam os bons; Ele tinha uma bondade incrível com os pecadores que queriam mudar vida!
Lembram da atitude de Jesus com Zaqueu? (Cf. Lc 19, 1-10); E com aquela mulher apanhada em adultério? (Cf. Jo 8, 3-11); ou com Pedro que o traíra? (Cf. Lc 22, 54-62).
Nos três casos, o Evangelho diz que Jesus somente “olhou para eles.”. Ah, aquele olhar de Jesus: aquele olhar silencioso que penetrava fundo no coração! Aquele olhar amigo, que sabe compreender, que apela, que aponta novos caminhos, que perdoa!
O pecado: o meu, o seu, o nosso pecado, Ele perdoa! Ele é “O Cordeiro de Deus que tira todo o pecado do mundo” (Cf. Jo 1,29).
Toda a vida de Jesus foi para resgatar e perdoar, foi para trazer a Vida novamente ao pecador, e sua morte também. Suas últimas palavras lá na cruz, foram: “Pai perdoa a eles!” (Cf. Lc 23,34). Como nos relata São Paulo, Verdadeiramente “Ele morreu pelos nossos pecados!” (Cf. 1 Cor 15,3).
No dia da ressurreição, ao manifestar-se aos Apóstolos, Jesus lhes deu a paz e, depois, soprou sobre eles, dizendo: “Recebam o Espírito Santo. Os pecados daqueles que vocês perdoarem serão perdoados. Os pecados daqueles que vocês não perdoarem, não serão perdoados” (Cf. Jo 20,21-23).
Nasce assim o Sacramento da Confissão. Um sinal, uma prova do Amor, da Misericórdia e da Vontade que Deus tem sobre nós para que nos libertemos de nossas misérias e cheguemos por meio de sua Misericórdia, Amor e Perdão à Perfeição, à Santidade.
3. O que é mesmo Confissão?
O que, normalmente, o povo cristão e católico chama de "confissão" tem o nome de “Sacramento da Penitência”. “Penitência”, quer dizer “Conversão”, ou melhor: A Penitência leva à Conversão.
Converter-se é sair de uma situação de pecado para um jeito de viver conforme o Espírito de Cristo. A Conversão leva o pecador a dizer: “A vida que eu levo não está certa, eu vou mudar!”.
Celebrar ou participar do Sacramento da Penitência significa e concretiza na vida das pessoas a vontade de mudar, transfigura a conversão. E nisso, Jesus libertador está presente e nos diz como, um dia Ele disse a Zaqueu: “Hoje entrou o perdão e a paz no teu coração!”, da mesma forma Ele fala àqueles que o procuram nesse Sacramento.
E o sinal que pelo poder do Espírito de Cristo, nos reconcilia com Deus e com a Igreja é a Confissão, o Reconhecimento das nossas falhas e pecados.
Sim, quando pecamos, não só nos afastamos de Deus, como também da sua família, que é a Igreja. Sabemos que nem sempre é fácil confessar nossos pecados a um homem, que também é pecador, como todo mundo é. Mas lembremos que para Jesus não foi fácil sofrer e morrer pelos nossos pecados! E acreditemos: a conversão é algo profundamente humano que dá muita paz ao coração de quem a aceita!
Ao meu ver é até muito bom que o padre seja um homem, que também é pecador, como todo mundo: Já pensou se fosse um ser perfeito... Como poderia compreender nossas fraquezas? Sim, é bom ter um amigo cristão, que também luta para ser santo, alguém com quem possamos conversar profundamente e sem medo sobre a nossa vida, alguém que nos compreenda, alguém que possa nos apontar novos caminhos e, sobretudo, que possa (e só ele pode) dizer-nos: “Deus, Pai de Misericórdia, que pela Morte e Ressurreição de seu Filho, reconciliou o mundo consigo e enviou o Espírito Santo para a Remissão dos pecados, te conceda, pelo ministério da Igreja, o perdão e a paz. Eu te absolvo dos teus pecados, em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.
Ao dizer estas palavras, o sacerdote estende as mãos sobre nossa cabeça, como sinal de perdão e do abraço de Deus Pai, e, nós respondemos, com o coração puro e cheio de alegria. “Amém”.
Não devemos ter medo de nos “Confessar”, mas sim acreditar no poder e Misericórdia de Deus manifestado neste sacramento. Quantas vezes cairmos, tantas outras Deus estará com sua mão estendida disposto a nos levantar, nos limpar e não apontar o nosso pecado, mas nos amar.
A nossa Igreja é rica em sinais e nos possibilita esse contato com a Misericórdia do Senhor pelo Sacramento da Confissão. É O Espírito Santo de Amor que age na pessoa do Padre que nos Absolve e nos devolve a liberdade de filhos e filhas de Deus.
O Sacramento da Confissão é um encontro de Dois Corações: Um despedaçado e ferido pelo pecado, o outro grande e abundante, desejoso para amar e perdoar; quando os dois se encontram se unem, o coração ferido se cura e se restaura com o desejo de amor e perdão do outro coração e assim alcança mais um passo rumo à santidade.
Creiamos, a Misericórdia de Deus existe e quer nos alcançar! Quantas vezes forem necessárias, procuremos um sacerdote e nos confessemos. A confissão é o Remédio para nossas dificuldades, feridas, pecados e principalmente para as nossas almas.
Texto elaborado para a Catequese com Grupo de Crismandos (24.07.2004)
Paróquia São Pedro Apóstolo, Taboão da Serra.
Paróquia São Pedro Apóstolo, Taboão da Serra.
Obs.: Imagem retirada de http://blog.senhorbomjesus.org.br/2007/01/28/o-que-ha-de-errado-com-a-confissao-individual/
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