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sexta-feira, 23 de março de 2012

Direcione o seu olhar


Quando estiver em dificuldade e pensar em desistir, 
OLHE PARA TRÁS 
e lembre-se dos obstáculos que já superou. 

Se tropeçar e cair, levante, não fique prostrado, 
OLHE PARA FRENTE 
e esqueça o passado. 

Ao sentir-se orgulhoso por alguma realização pessoal, 
OLHE PARA DENTRO 
e sonde suas motivações. 

Antes que o egoísmo o domine, 
enquanto seu coração é sensível, 
OLHE PARA OS LADOS 
e socorra os que o cercam. 

Na escalada rumo às altas posições, na ansia de concretizar seus sonhos, 
OLHE PARA BAIXO 
e observe se não está pisando em alguém. 

Em todos os momentos da vida, seja qual for sua atividade, 
OLHE PARA CIMA 
e busque a aprovação de DEUS!

Desconheço o autor

sábado, 17 de março de 2012

A Lei de Deus e o Sinal da Aliança

1. Após a Libertação do Egito, Deus estabelece com o Povo de Israel uma Aliança que se concretiza no dom dos Dez Mandamentos. Por isso se diz que a proclamação dos Mandamentos se enquadra no contexto da Aliança. De fato, a proposta de Deus em firmar uma Aliança com seu povo é desenvolvida nos Dez Mandamentos (Cf. Ex 20,1-17). 
Os mandamentos são prova do Amor de Deus por seu povo, manifestado através das mais extraordinárias intervenções na história e na vida do seu “eleito”, são o fundamento de sua fidelidade e do seu amor. Por isso o Decálogo é apresentado como Lei transbordante do amor de Deus, que, depois de haver libertado o seu povo da escravidão material do Egito, quer libertá-lo de toda escravidão moral das paixões e do pecado, para uni-lo a si em amizade e intimidade, numa bondade onipotente e misericordiosa, que espera da parte do homem fidelidade para com o querer divino. 
Os mandamentos são, portanto, caminho de liberdade. Assim a Lei, mais do que uma imposição é vista como um dom: Palavra de Deus dirigida ao homem que espera dele uma resposta, fonte de bênçãos para quem as cumpre fielmente, preço do resgate de todo tipo de escravidão e alienação, meio de crescimento pessoal e comunitário, apelo à interioridade e caminho da comunhão com Deus. 

2. Infelizmente Israel não foi coerente ou condescendente com a fidelidade proposta por Deus através dos mandamentos. Israel se desviou do caminho, abandonou e traiu o Senhor Deus muitas vezes. 
Era preciso então que Jesus viesse não para mudar ou instaurar uma nova Lei, mas restaurar a Lei Antiga, completá-la, aperfeiçoá-la, sobretudo no tocante ao amor e a interioridade por parte do povo. Jesus supera a lei de Moisés ao apelar para a interioridade da mesma, a fim de libertar a Lei e o homem de todo formalismo e práticas vazias, a fim de que o homem seja reconduzido à experiência do amor de Deus. 
Como nos ensina o Evangelho e o Catecismo da Igreja, Cristo resume os dez mandamentos da seguinte forma: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento (1º, 2º e 3º Mandamentos); Amarás o próximo como a ti mesmo (4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 9º e 10º Mandamentos)” (Cf. Mt 22,38-39). 
Podemos nos perguntar: Porque Jesus faz isto? 
Porque Ele assim como o Pai nos quer livres! 
Para o Filho de Deus o que importa é a liberdade e não a lei por si mesma. Liberdade que vai levar àqueles que ouvem a lei e a guardam em seu coração ao serviço do Reino, a tornar-se como Jesus, um “Servo por amor” e não “servo por causa da letra”. 

3. É sob esta luz que consideramos o gesto ousado de Jesus a expulsar os profanadores do Templo. Cristo com este gesto ensina que Deus deve ser servido e adorado com pureza de intenção, que as relações dos homens devem ser retas e sinceras, assim como a relação com o próximo, na interioridade e não na exterioridade (Cf. Jo 2,13-25). Em outras palavras, a base destas relações deve ser o amor. 
Jesus ainda refere-se a outro Templo, um de dignidade infinita: “o Templo do seu Corpo”. Aquele que ele afirma “destruir e em três dias reedificar”. Estas palavras só foram compreendidas por seus ouvintes, que num primeiro momento se escandalizaram, após sua morte e Ressurreição. 
Cristo é rejeitado pelos comerciantes, cambistas e sacerdotes do Templo, porém esta rejeição servirá para o nascimento do novo centro do culto divino: não mais o Templo de Jerusalém e as pedras de sacrifício, mas o seu Corpo: “Destruí este Templo, e em três dias eu o levantarei” (Jo 2,19). Cristo se faz nova proposta de salvação da parte de Deus para o homem, pois quem quer adorar a Deus em espírito e em verdade deve fazê-lo em Cristo, mediante a fé. 
Através do mistério pascal, Cristo substitui o Templo da Antiga Aliança pelo seu Corpo, um Templo vivo e digno da Trindade, que, oferecido em sacrifício pela salvação do mundo, substitui e anula de uma vez por todas os sacrifícios de animais que eram realizados no Templo de Jerusalém. Depois do Sacrifício do Cristo, nenhum outro tem razão de ser, pois Ele passa a ser o Centro da Nova Aliança, “Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os pagãos; mas para os chamados... poder de Deus e sabedoria de Deus” (I Cor 1,23-24). 
O sinal da Aliança não é mais o sangue dos cordeiros oferecidos em sacrifício pelos pecados do povo, mas o Sangue do Cordeiro, o Sangue de Cristo. Por isto, o anúncio da Páscoa deixa de ser a libertação do Egito e passa a ser o Cristo crucificado. A salvação se obtém pela fé na Cruz, que é poder e sabedoria de Deus, porque trouxe em seus braços o único sacrifício capaz de dar a salvação. A via de salvação é uma só: Cristo crucificado que morreu e ressuscitou dos mortos. 

4. Pode acontecer que no culto que prestamos a Deus ou na observância de algum dos mandamentos, olhemos mais para o lado exterior, o lado legalístico, do que para o interior da proposta. Ai é que nascem os pequenos e grandes profanadores do Templo, da religião e da Lei de Deus. 
Deus é o “fiel”. Por isso a Aliança com Ele só pode ser rompida pelo homem. A Aliança que fazemos com Deus deve comprometer toda a nossa vida, para que o derramamento do Sangue do Cordeiro de Deus não tenha sido em vão. Por isso que devemos romper com os fingimentos, com a falsa modéstia, as preocupações temerosas, orgulho e egoísmo e testemunhar com coragem, mesmo diante das ironias e perseguições, que Cristo morreu para que tivéssemos vida e em seu Sangue o Pai sela conosco uma nova e definitiva Aliança para a nossa salvação. 
A nossa Aliança com Deus não pode de modo algum ser reduzida a uma apressada visita dominical à Igreja ou a um passeio turístico e religioso a algum santuário, e nem de devoções externas ou freqüências convenientes aos sacramentos, pois o cristianismo não consta de práticas que devemos cumprir em determinados momentos ou de uma fidelidade periódica. Quem vive assim não está vivendo a Lei do Cristo, mas a sua lei pessoal. 
Para Cristo a Lei é compromisso de amor. Para nós também deve ser compromisso que nos põe a caminho da plenitude e que nos permite recomeçar sempre que cairmos e desde que nos mantenhamos no caminho. O cristianismo não é simplesmente práticas, é compromisso! 

5. O Evangelho nos diz que estava próxima a Páscoa dos judeus (Cf. Jo 2,13) e Cristo com o gesto que faz no Templo, o purifica para que a Páscoa seja celebrada sem mancha, ou seja, renova o culto que era ali prestado a Deus. Aproxima-se também a nossa Páscoa, e a Igreja repete este gesto nos convidando a purificar o Templo do nosso coração para que dele suba a Deus o culto mais puro, sincero e interior. 
Portanto, é tempo de abrir os ouvidos ao chamado de Cristo, que nos comunica a Lei de Deus resumida na lei do seu Amor. A lei humana tem um inicio e tem um fim; a lei de Deus não! A Lei de Deus é regida pelo amor e para o amor não existe um “basta”, não existe limites, ele é sem fim! 
Confortados pela misericórdia de Deus nos lembremos sempre de que “A Lei do Senhor Deus é perfeita, um conforto para a alma, palavras de Vida eterna, testemunho fiel, sabedoria dos humildes, precisa, alegria ao coração, brilhante, para os olhos luz, pura, imutável, correta, justa, desejável, palavra mais doce que o mel” (Cf. Sl 18,8-11). 
Se quisermos ser verdadeiramente livres, o caminho para a Libertação é a Lei do Senhor Deus e o Sangue de Cristo derramado na Cruz. 

Sem. Rodolfo Marinho de Sousa 
3º. Domingo da Quaresma – (11.03.2012 – Ano B)

domingo, 4 de março de 2012

Ventos e tempestades da vida


Um escritor inglês, do século passado, conta em uma de suas obras que na praia perto de sua casa, uma coisa muito interessante podia ser vista com freqüência: um navio lançando a sua âncora no mar enfurecido. 
Dificilmente existe uma coisa mais interessante ou sugestiva do que essa.
O navio dança sobre as ondas, parece estar sob o poder e à mercê delas. O vento e a água se combinam para fazer do navio o seu brinquedo. Parece que vai haver destruição; pois se o casco do navio for lançado sobre as rochas, será despedaçado.
Mas observamos que o navio mantém a sua posição. Embora à primeira vista parecesse um brinquedinho desamparado à mercê dos elementos, o navio não é vencido.
Qual é o segredo da segurança deste navio? Como pode resistir às forças da natureza com tanta tranqüilidade?
Existe segurança para o navio no meio da tempestade porque ele está ancorado! A corda à qual ele está amarrado não depende das águas, nem de qualquer outra coisa que flutue dentro delas. Ela as atravessa e está fixada no fundo sólido do mar. Não importa quão forte o vento sopre ou quão altas sejam as ondas do mar... A sua segurança depende da âncora que está imóvel no fundo do oceano.
Muitas vezes nos sentimos no meio de uma tormenta, sendo jogados pelas ondas da vida para cima e para baixo e açoitados pelo vento da adversidade. Parece-nos, às vezes, que não conseguiremos sobreviver a determinados períodos de nossas vidas.
Sem uma vida espiritual, a nossa vida é como um navio sacudido pelo mar enraivecido das circunstâncias incontroláveis da vida. Mas, confiando em Deus, experimentamos sua presença e amor como âncora da nossa vida. Nos sentimos encorajados e esperançosos. 
Essa esperança mantém segura e firme a nossa vida, assim como a âncora mantém seguro o barco.

(Desconheço o autor)